Públicado em: 7 de julho de 2020
Última Atualização em: 22 de maio de 2021
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a dependência química como doença desde 1960. Durante a reabilitação, as pessoas que têm esse problema precisam muito do apoio de seus entes queridos. Além disso, uma grande dose de paciência é fundamental, pois o tratamento não é simples.
Conteúdo da página:
- 10 Dicas de como ajudar um dependente químico
- 10 fatos sobre dependência química que você precisa saber
- Quais são os tipos de dependência química?
- Quais são as consequências da dependência química?
- Qual a relação da dependência química e a psicologia?
- Como funciona o tratamento psicológico para dependentes químicos?
- Quais são os defeitos de caráter do dependente químico?
- Qual o papel do psicólogo na dependência química?
- Como é realizado e feito um diagnóstico de dependência química?
Segundo a CID-10 (10ª edição da Classificação Internacional de Doenças), a dependência química representa uma série de mudanças comportamentais, fisiológicas e cognitivas que surgem após o uso indiscriminado de alguma substância. Vale lembrar que a CID-10 faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Essa dependência pode ser psicoativa específica (efeitos da cocaína, do fumo ou de bebidas alcoólicas), psicoativa (drogas opiáceas) ou até mesmo causada pela combinação de drogas farmacológicas.
Confira 10 Dicas de como ajudar um dependente químico
Saber como ajudar um dependente químico é importante para evitar que o mesmo se afaste e sua recuperação seja difícil, pois mesmo que você ame a pessoa que é próxima ou faz parte da família, existem condutas que devem ser adotadas, desde os primeiros sinais de desconfiança, ou seja, o momento em que você tem certeza que o vício existe.
Confira a seguir 10 dicas de como ajudar um dependente químico corretamente:
- Análise de comportamento
- Dê espaço para o dependente
- Cuidado com as perguntas
- Não culpe ou critique
- Ajude a reconhecer o perigo
- Procure um grupo de reabilitação
- Identifique as causas
- Tente consultas com psicólogos ou psiquiatras
- Procure maneiras criativas para apoiá-lo
- Procure uma casa de recuperação
1. Analise o seu comportamento e não apenas o do dependente químico em questão
Como pais ou pessoas muito próximas a ele, sempre queremos dar o nosso melhor, mas às vezes negligenciamos aspectos importantes. Será que você dedica muito tempo ao trabalho e esquece de dar ao menos 15 minutos do dia, dedicando-se ao interesse da pessoa que deseja ajudar?
Seja autocrítico e se precisar fazer alterações positivas para se aproximar dependente químico, demonstrando que o mesmo é importante, faça-o.
Destine um horário do seu dia para ter um contato mais próximo com essa pessoa, de preferência em um momento em que não esteja sobre o efeito do uso de substâncias.
Converse, assista um filme, pergunte sobre seus sonhos e interesses, motive-o, etc. Isso é importante para estabelecer um vínculo de confiança e amizade.
2. Dê espaço para que o dependente fale
Escutar o outro é sempre importante, principalmente, quando se está passando por um momento difícil. Quando o dependente químico for conversar com você, no momento em que não estiver sobre o efeito de tóxicos, escute-o. Deixe que conte sobre seus medos, vontades e demais assuntos.
Saber ouvir, demonstrará a ele que você o compreende, sendo assim, será mais fácil para ajudar a se libertar das drogas e álcool.
3. Tenha cuidado com as perguntas
Estabelecer uma comunicação não significa parecer um xerife que questiona a pessoa em todas as conversas, que julga comportamento e fica falando de modo que assuste e mostre a pessoa que ela é um problema, apesar de ser um situação muito delicada, você deve ter cuidado com as perguntas.
As perguntas devem ser realizadas com um tom de preocupação, não de raiva e desapontamento. Você pode perguntar se ele está se sentindo bem, falar que notou a diferença, que presenciou uma situação de risco e dizer que pode ajudar.
4. Não culpe ou critique
Um dos relatos mais comuns de pessoas que estão passando por essa fase é que a família o criticava muito, culpava, apontava o dedo e só sabia gritar. Nesse caso, é preciso saber que não importa quem é o culpado, pois o problema está ali e precisa ser resolvido.
Quando a família demonstra estar mais preocupada com a recuperação do que com as críticas e sentimentos de raiva, a recuperação é mais eficiente, sem contar que o dependente a aceita melhor.
5. Ajude a reconhecer o perigo da situação
Quando você percebe que a pessoa está se tornando um dependente químico, ajudá-lo a entender o perigo da situação é importante, no entanto, essa é a parte mais difícil, pois quem possui um vício acha que tem o controle e pode parar quando desejar.
Você deve pedir ajuda para alguém que o dependente confie, ou, pedir para que alguém que passou pela mesma situação e venceu o vício, dê conselhos.
6. Procure um grupo de reabilitação
Existem diversos grupos de apoio formados por ex dependentes e pessoas que ainda estão na luta contra o vício, os quais oferecem atividades e experiências que auxiliam na terapia e processo de recuperação.
+Leia também: Grupo de apoio a familiares de dependentes químicos
7. Tente identificar as causas que o levaram ao uso de substâncias químicas
Para e pense nas possíveis razões que o levaram ao uso de substâncias químicas, a fim de tentar ajudar a reverter as mesmas e criar um ambiente mais seguro e confiável, o qual iniba a necessidade de continuar neste caminho.
A maioria das pessoas usam o álcool e as drogas para fugir de sua realidade, pois acham que não possuem forças o suficiente para confrontá-la, acreditando estar sozinhos.
+Leia também: Drogas e suas consequências
8. Tente consultas com psicólogos ou psiquiatras
Quando você percebe que a pessoa ainda não está viciada, mas faz uso de drogas e corre risco de se tornar dependente, pode convencê-lo a frequentar algumas consultas com psicólogo ou até mesmos psiquiatra, a fim de ter um suporte maior.
O ideal é que as consultas sejam realizadas de formar individual, mas é importante que haja ao menos uma com a família. Isso pode ajudar a identificar a raiz do problema.
Caso prefira pode tentar encontrar ajuda com um psicólogo online (certifique sua confiabilidade) ou entre em contato conosco para receber uma consulta online com o médico psiquiatra Dr Rodrigo Vidovix da Rocha Duran CRM/SP 90.661
9. Procure maneiras criativas de apoiá-lo
Faça os ajustes necessários para redirecionar o comportamento dele de uma forma positiva. Como mencionado, não adianta apontar o dedo, julgar, culpar e obrigar a seguir um tratamento. Comece aos poucos, abordando a situação com cautela, conquistando a confiança e promovendo um cenário de apoio.
10. Casa de recuperação para dependentes químicos
Uma casa de recuperação para dependentes químicos, deve ser considerada quando já foram realizadas mais de três tentativas por conta própria e sem sucesso.
Nesse caso, o dependente pode ser internado de forma voluntária, judicialmente ou com a decisão da família, caso seja menor de idade.
Na clínica, o dependente terá uma estrutura completa para ajudar com o problema, atendimento e tratamento aplicado por profissionais, nutrição adequada, atividades em grupo, sessões com psicólogo ou psiquiatra (de acordo com suas necessidades), lazer, grupos de apoio, reuniões, entre outros.
+Leia também: Como funciona uma casa de recuperação para dependentes químicos
De acordo com a Dra. Zila, formada em Farmácia Bioquímica pela USP e professora de medicina preventiva da Unifesp e pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) em entrevista concedida ao site “Boa vontade” Explicou que um grande modo de ajudar essas pessoas é o acolhimento. Isso não significa trazer um dependente químico para dentro de sua casa, mas sim demonstrar respeito e empatia por ele.
10 fatos sobre dependência química que você precisa saber
- O que é dependência química? A dependência química é considerada uma doença psiquiátrica desde 2001.
- É considerada um problema social.
- Segundo pesquisas, 1 em cada 4 pessoas pode estar propensa à dependência química.
- Para o cérebro que já está dependente, a substância química é essencial para o seu equilíbrio e sobrevivência, por isso o paciente sente-se viciado e necessitado.
- O processo de desintoxicação é justamente “acostumar” o cérebro à vida sem o consumo.
- A internação não precisa ser a última alternativa, ela pode sim ser requerida antes, especialmente se o paciente sentir-se confortável para isso.
- A desintoxicação não é o único objetivo do tratamento de dependência química, mas sim, é necessário trabalhar o restabelecimento da rotina e das habilidades sociais do sujeito.
- Atividades sociais saudáveis auxiliam diretamente na recuperação do paciente.
- O processo de desintoxicação é gradativo, e não repentino. A fim de diminuir o desejo pela droga, até este se tornar obsoleto.
- O apoio familiar é essencial para a recuperação, especialmente em momentos em que o paciente não aceita o tratamento.
Quais são os tipos de dependência química?
Existem diversos tipos de dependência química. Dentre elas, podemos destacar as seguintes:
- Ansiolíticos;
- Cocaína;
- Ecstasy;
- LSD;
- Anfetaminas;
- Esteróides anabolizantes;
- Cannabis;
- Tabaco;
- Álcool;
- Opiáceos.
Quais são as consequências da dependência química?
As consequências da dependência química podem variar de caso para caso. De qualquer forma, é possível notar efeitos na sociabilidade, na vida profissional, no convívio familiar, na rotina (sono, alimentação, etc), além de efeitos nocivos para a saúde física e mental de maneira geral.
O dependente químico pode ter uma visão distorcida da sua realidade, além de sofrer preconceito advindo de outras pessoas.
Qual a relação da dependência química e a psicologia?
A dependência química relaciona-se diretamente com a psicologia uma vez que o vício pode estar atrelado à questões psicológicas do paciente. Isto é, o consumo pode ter se iniciado como uma via de escape para problemas, desequilíbrios e dores psíquicas intensas, sendo que que a substância química pode alterar o estado de consciência e fazer com que o indivíduo “esqueça”, por alguns instantes, o que o aflige.
Como funciona o tratamento psicológico para dependentes químicos?
É papel do psicólogo acolher e escutar o sujeito que se encontra em um estado de dependência química. Assim, é a partir da psicoterapia que pode-se estabelecer quais são os multi fatores primordiais do vício, e como o sujeito poderá resinificar estes pontos de agora em diante.
É trabalhado o processo de desintoxicação e o resgate das habilidades sociais, fortalecendo a autoestima do paciente e fazendo com que ele possa conhecer novos caminhos para a sua vida, que não dizem respeito ao uso da droga em si.
Quais são os defeitos de caráter do dependente químico?
É extremamente preconceituoso apontarmos que um dependente químico possui um “mau caráter”. Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra!
A dependência química é considerada uma doença, e como tal, precisa ser tratada para que o indivíduo consiga se recuperar da mesma. Isto é, o ato de consumir substâncias químicas em demasia, e ainda, o ato de não conseguir parar, nada tem a ver com vontade, caráter ou preguiça. Mas sim, tem a ver com uma doença.
Por isso, não existe “defeitos de caráter” do dependente químico. Não é a dependência que moldará o caráter de alguém.
Afirmar isso é o mesmo que dizer que uma pessoa com doença física é mau caráter por não conseguir trabalhar em um emprego fixo, considerando sua condição de saúde.
Qual o papel do psicólogo na dependência química?
Como mencionamos, o papel do psicólogo será o de escutar o sujeito e, a partir disso, desenvolver com ele uma forma de resgatar suas habilidades sociais, reintegrando-o na sociedade.
Assim, será possível estabelecer um suporte para que o paciente compreenda suas limitações, emoções e anseios, auxiliando-o na sua recolocação na sociedade.
Como é realizado e feito um diagnóstico de dependência química?
Um diagnóstico de dependência química não ocorre de maneira superficial e pautada apenas em questões farmacológicas para o tratamento. Mas sim, estamos diante de um diagnóstico ampliado, capaz de incluir a territorialidade e singularidade de cada sujeito. Aqui, faz-se necessário o diagnóstico situacional.
Este diagnóstico se dá a partir de um olhar amplo, seguindo os pontos abaixo:
- Acolhimento e avaliação, através da escuta. Nesta etapa, é preciso conscientizar o paciente da sua necessidade de tratamento.
- Em seguida é feito a coleta de elementos diagnósticos, aplicando-se, inclusive, um programa motivacional intensivo.
- O diagnóstico situacional se dá, no entanto, a partir da avaliação dos “facilitadores e dificultadores” do tratamento. Aqui, há a distribuição das possíveis causas da dependência, identificando, descrevendo e analisando os problemas atuais.
A partir disso, é possível estabelecer um plano de tratamento profundo e adequado para o caso do paciente.
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