Transtorno Explosivo Intermitente – Sintomas, causas e tratamento

Transtorno Explosivo Intermitente

Públicado em: 19 de julho de 2022

Última Atualização em: 19 de julho de 2022

transtorno explosivo intermitente pode ser causado por multifatores, envolvendo questões biológicas, genéticas e ambientais. Trata-se de um transtorno no qual o indivíduo tem dificuldade de controlar os seus impulsos de raiva, tornando-se explosivo e irritadiço. Estudos apontam que essa resposta pode estar associada com a área cerebral chamada amígdala, que pode ser mais sensível aos estímulos de raiva, provocando o comportamento explosivo.

A seguir, destacamos essas e outras informações importantes, contidas no DSM V, para que você possa entender melhor esse assunto. Continue lendo.

O que é o transtorno explosivo intermitente?

O TEI pode ser caracterizado como uma incapacidade de administrar e controlar os impulsos raivosos. Assim, como o próprio nome nos dá a entender, pessoas com esse transtorno tendem a ter comportamentos agressivos e crises de explosões de raiva desproporcionais à situação real. As sensações provocadas pela raiva extrema podem levar o indivíduo à perda do seu autocontrole, viabilizando explosões e comportamentos agressivos impulsivos.

Pessoas com diagnóstico de TEI também podem se deixar levar pela sensação de descontrole irritadiço em diversas circunstâncias, interpretando situações sob a ótica do sentimento de raiva. Isso significa que algumas situações, especialmente em relacionamentos interpessoais, podem ser difíceis de administrar, uma vez que a pessoa – sem desejar isso – se deixa levar pela raiva extrema, não analisando a situação-problema de uma forma racional. Por isso, inclusive, que indivíduos com TEI costumam ser vistos como pessoas “difíceis de lidar”.

O que causa o transtorno explosivo intermitente?

Como estamos diante de um quadro relacionado à saúde mental, é importante salientar que não existe uma só causa para o problema. Algumas contingências multifatoriais atuam em conjunto no dia a dia do indivíduo, servindo como base para que o transtorno se instale. Conheça alguns desses possíveis fatores:

Fatores hereditários/genéticos

Indivíduos que tenham parentes de primeiro grau com o diagnóstico têm maior chance de desenvolver o problema. Isso porque os fatores hereditários e genéticos são uma das causas do transtorno explosivo intermitente.

Fatores ambientais

Segundo o DSM V, indivíduos que apresentam traumas físicos e emocionais durante as duas primeiras décadas de vida têm maior risco de desenvolvimento do transtorno. Isto é, pessoas que sofreram violência e traumas intensos podem desencadear esse tipo de quadro. Assim, se a criança e adolescente cresce em um ambiente hostil e regado por violência, as chances de desenvolver o quadro são grandes, sendo essa uma das principais causas do problema.

Questões biológicas

Anormalidades biológicas, presentes no cérebro do indivíduo com diagnóstico de TEI, também podem ser uma das responsáveis do problema. Isso porque as respostas cerebrais tendem a ser mais intensas do que em indivíduos saudáveis, devido à organização cerebral e biológica.

Quais são os sintomas do transtorno explosivo intermitente?

Segundo o DSM V, existem sintomas que podem ser considerados mais “leves”, como por exemplo, xingamentos, gestos obscenos, ataques que não causam lesões corporais, etc.; e os mais “graves”, que é o caso no qual o indivíduo provoca lesões corporais graves e destrói a propriedade alheia.

Abaixo destacamos esses e outros sintomas com mais detalhes:

  • Explosões comportamentais recorrentes e que demonstram uma falha em controlar os impulsos agressivos. A pessoa pode manifestar esses comportamentos por meio da agressão verbal, agressão física ou por meio da destruição e danos à propriedade.
  • A magnitude das explosões de raiva são desproporcionais ao problema real e não têm a finalidade de atingir algum objetivo premeditado, como conseguir mais dinheiro, poder, etc.
  • As explosões de raiva proporcionam sofrimento acentuado no indivíduo.
  • Reações descontroladas sempre que o sentimento de raiva aparece.
  • Impulsividade e irritabilidade extrema.
  • Descontrole emocional.
  • Comportamento reativo.
  • Sentimento de culpa ou arrependimento depois de ter um ataque de raiva.

É importante salientar que a lista de sintomas acima não fornece um diagnóstico propriamente dito. A avaliação de um profissional qualificado é de suma importância para que o quadro seja analisado e, se houver realmente um transtorno, o diagnóstico traçado para que o tratamento possa se iniciar. Portanto, nunca se auto diagnostique e procure ajuda profissional se necessário.

Qual tratamento para transtorno explosivo intermitente?

O tratamento pode consistir no acompanhamento psicoterapêutico, por meio da consulta com um psicólogo, bem como por meio do atendimento psiquiátrico (no qual o médico pode prescrever medicamentos que barrem os sintomas de alguma forma).

Na psicoterapia o sujeito passará a compreender, à medida que o tempo passa, as suas próprias emoções. Será possível entender um pouco mais sobre a raiva sentida, os gatilhos por trás dela e os comportamentos que decorrem de uma situação estressante. O intuito da psicoterapia, nesse caso, é auxiliar o indivíduo a atingir um maior autocontrole dos seus próprios comportamentos e impulsos, visando a qualidade de vida.

Quanto ao tratamento psiquiátrico, este visa minimizar os sintomas por meio dos fármacos que possam ser prescritos pelo médico responsável. Além disso, a hospitalização/internação, em casos extremos nos quais o indivíduo provoca lesão grave em terceiros, também pode ser interessante. Caberá ao médico responsável analisar a situação e prescrever a melhor forma de tratamento possível.

Se você procura uma clínica psiquiátrica perto de você, entre em contato conosco para que possamos lhe ajudar na sua busca.

Conclusão

O transtorno explosivo intermitente pode acarretar uma série de prejuízos para a vida pessoal e profissional do indivíduo. Isso porque as crises de raiva incontrolável podem levar o sujeito a comportamentos explosivos e perigosos, que podem, inclusive, colocar a si ou a terceiros em risco. O tratamento, nesses casos, consiste na inclusão da psicoterapia na vida do sujeito, além do consumo de fármacos que sejam prescritos pelo médico psiquiatra.

A hospitalização pode ser requerida pelo médico caso seja constatado que o indivíduo está colocando a si ou a terceiros em risco. Assim, a internação pode dar o suporte multidisciplinar para que os sintomas sejam diminuídos e a qualidade de vida restabelecida.

Vale lembrar que cada caso sempre será um caso e, por isso, a avaliação singular da situação é muito importante para encontrar o melhor suporte e tratamento possível. Busque ajuda profissional para ter o melhor direcionamento e jamais se automedique ou se auto diagnostique.

Referências

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 – 5ª Edição. Disponível em: <https://dislex.co.pt/images/pdfs/DSM_V.pdf> Acesso em 18 jul. 2022.

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