Públicado em: 6 de agosto de 2020
Última Atualização em: 7 de outubro de 2022
No artigo de hoje vamos lhe mostrar como funciona e onde encontrar um hospital psiquiátrico, considerando diversos pontos distintos deste tipo de estabelecimento. Afinal, apesar de haver muito mais acesso à informações, nos dias atuais, sabemos que ainda existem diversas dúvidas, e inclusive preconceitos, acerca deste tipo de espaço e instituição.
Desse modo, fizemos um compilado de informações importantes e esclarecedoras, para que assim você possa quebrar mitos e tabus que ainda possam existir sobre o tema.
A informação e o conhecimento são a chave para que possamos compreender melhor o mundo em nossa volta. Dessa maneira, acompanhe este guia completo e entenda tudo sobre este assunto!
Como funciona um hospital psiquiátrico?
Para que você possa compreender como funciona um hospital psiquiátrico, trouxemos abaixo informações e características de cada um dos pontos relacionados com uma instituição deste segmento. Acompanhe o texto e saiba mais:
1- Indicações de internação
Entender como funciona um hospital psiquiátrico envolve, antes de qualquer coisa, saber mais sobre as indicações de internação. Isso é muito importante para que todos nós possamos quebrar tabus que ainda temos com relação a este tipo de processo.
Afinal, a história brasileira traz relatos passados de momentos em que o manicômio era enaltecido como um espaço de descaso, descuido e até mesmo de cárcere privado.
Por conta destes fatores, muita gente ainda questiona quais são as reais necessidades de uma internação. Embora, após a reforma psiquiátrica, o cenário tenha mudado bastante.
Hoje, a sociedade já melhorou muito quanto à visão que possui das pessoas com doenças mentais e até mesmos problemas com vícios em drogas e bebidas, por exemplo.
Sendo assim, sabemos que existem alguns casos específicos que receberão a indicação de internação, e que esta internação tem por objetivo restaurar a saúde do paciente, na medida do possível, para que o mesmo se reorganize internamente.
Desse modo, podemos destacar abaixo as principais indicações de internação de um paciente:
Indicações de internação
- Quando o paciente apresenta algum risco, que pode ser para si ou para terceiros. Neste caso, estamos tratando de riscos de automutilação, ou agressividade para com outra pessoa.
- Em casos de propensão ao suicídio, onde o paciente pode ter incidência suicida e, desse modo, a internação é uma via de garantir sua integridade e o mantimento da vida.
- Quando o paciente se expõe moralmente: Nestas situações, podemos citar momentos em que o paciente entra em surto e, por estar “fora de si”, acaba se prejudicando ao relacionar-se sexualmente com muitas pessoas, ou então, xingando e ofendendo pessoas em sua volta. Tendo em vista que, ao voltar ao estágio antes do surto, relembrar os acontecimentos pode ser extremamente sofrido e angustiante para a pessoa.
- Pacientes que precisam passar pelo processo de desintoxicação, sem que haja o corte súbito do consumo de bebida ou droga, mas sim, um processo monitorado que previne e, inclusive, trata casos de abstinência.
- Internação para que seja feito o diagnóstico daquele paciente.
- Há situações em que apenas dessa forma o médico psiquiatra poderá ajustar o remédio mais adequado para aquele caso.
- Em casos onde há a necessidade de se acompanhar as comorbidades e suas mudanças e evoluções com relação ao quadro psiquiátrico do paciente.
Desse modo, é imprescindível analisar cada caso, para assim, atentar-se a necessidade de internação ou não.
Tipos de internações
Além de compreender como funciona um hospital psiquiátrico no que tange às indicações de internação, é importante também pensar nos tipos de internações existentes. Em suma, existem três tipos:
- Internação voluntária: Onde o paciente, por si só, decide se internar para se submeter ao tratamento de uma instituição. Neste caso, a pessoa deverá assinar um documento de admissão antes de entrar no hospital;
- Internação involuntária: Quando o paciente não deseja ser internado, porém, a família ou pessoas próximas possam solicitar a internação, desde que haja embasamento em um laudo médico que justifique. Além de que o médico deverá aceitar a solicitação.
- Internação compulsória: Neste caso, nem a família ou o paciente impactam na decisão, mas sim, a justiça, que também pautada no saber de um médico especializado, poderá determinar a internação do sujeito.
Além destes pontos, é importante ter em mente que cada hospital psiquiátrico pode apresentar suas próprias subjetividades e características. Por exemplo, haverá aqueles que trabalham apenas em horários comerciais, onde o paciente passa o dia no hospital, fazendo o tratamento, porém, ao entardecer, volta para a sua casa.
Em contrapartida, há estabelecimentos de funcionamento 24 horas, com tratamento intensivo, onde o paciente só sairá do hospital ao receber alta, ou, solicitar a mesma (no caso de internação voluntária).
2- Infraestrutura
Quanto à infraestrutura, muita gente possui dúvidas sobre como funciona um hospital psiquiátrico neste sentido. Entretanto, vale salientarmos que cada estabelecimento poderá apresentar algumas características diferentes, é claro. Especialmente se pensarmos em hospitais públicos versus privados.
Porém, podemos notar que, de maneira geral, você poderá se deparar com as seguintes características:
- Os quartos costumeiramente são compartilhados, embora a quantidade de camas possa variar de instituição para instituição. Além de que as acomodações e as formações dos grupos podem ser feitas a partir de critérios estabelecidos pelos médicos.
- Há um banheiro em cada quarto, promovendo mais privacidade para os pacientes. Entretanto, novamente ressaltamos que esta é a situação mais comum, e que pode variar de região para região.
- O refeitório é compartilhado, permitindo que haja uma maior interação entre os pacientes.
- Televisão e outros aparelhos e/ou móveis funcionais podem ser encontrados nos quartos e em áreas comuns.
3- Como funciona um hospital psiquiátrico: Tratamento
Quanto ao tratamento, certamente esta é a maior dúvida quando pensamos em como funciona um hospital psiquiátrico. Afinal, quando encaminhamos algum familiar, ou até mesmo cogitamos a nossa própria internação, automaticamente pensamos no tratamento que será recebido no local.
Sendo assim, podemos destacar alguns pontos que são de comum acordo entre praticamente todas as instituições.
Como mencionamos, haverá instituição com atendimento apenas em horário comercial, mas quando pensamos em uma internação intensiva, estaremos diante de um tratamento 24 horas por dia.
Assim sendo, uma equipe multidisciplinar estará sempre à disposição para lidar com qualquer contingência que possa surgir ao longo dos dias.
A grade terapêutica conta com:
- Alimentação: Que costumeiramente pode chegar a 5 refeições por dia, todas com horário regrado;
- Medicação: Neste caso pode variar tanto no quesito horário, quanto quantidade, pois é necessário considerar o quadro de cada paciente;
- Terapia: Que pode ser com psiquiatra e psicólogo, ambos praticam a escuta e avaliam os pacientes;
- E a terapia ocupacional: Que vem como um alicerce para ajudar o paciente a desenvolver-se.
Vale salientarmos que toda a equipe multidisciplinar está plenamente preparada para qualquer crise de abstinência ou surto que o paciente possa vir a ter. Sempre considerando técnicas apuradas e atuais para tratar e preservar o bem estar do sujeito.
Além disso, toda a equipe promove o amparo do paciente assim que ele apresenta alguma dúvida ou receio diante do tratamento. Isto é, nada é “escondido” da pessoa que ali está, mas sim, ela pode ficar a par de tudo que acontece, sempre questionando os profissionais e sendo atenciosamente atendido.
Conteúdo relacionado: Saiba como internar uma pessoa com problemas psiquiátricos
Objetivos e características da internação
Em suma, compreender como funciona um hospital psiquiátrico é entender que à equipe profissional, está o papel de observar o diagnóstico e acompanhar a evolução do paciente. Enquanto que, no caso do paciente, o mesmo é “responsável” por se organizar e tranquilizar diante das mais distintas situações.
É preciso ter em mente que a internação está pautada, dentre outros pilares, no de prevenir a crise e proporcionar a escuta individual de cada um dos pacientes. Trabalhando as suas angústias e encontrando caminhos que possam ser reconfortantes e equilibrados. Assim, trabalha-se o desenvolvimento de habilidades e a reaquisição de capacidades.
Outro ponto importante e que vale destacarmos, é com relação aos horários e a “liberdade” do paciente. Como estamos tratando de uma internação, é preciso estar ciente que como funciona um hospital psiquiátrico com relação a isso.
De maneira geral, as visitas, passeios e telefonemas são controlados. Porém, sempre levando em conta a salvaguarda do bem estar do paciente e seu tratamento em específico.
Abaixo destacaremos algumas características das terapias envolvidas com o tratamento durante a internação:
Terapia Ocupacional
A Terapia Ocupacional entra como um importante meio de restabelecer a saúde física e mental dos paciente internados.
Compreender como funciona um hospital psiquiátrico é entender que a TO se fará presente como um campo de conhecimento e intervenção em saúde, educação e inclusive na esfera social.
Seu objetivo se dá em promover a inserção e participação na vida social, por meio de ferramentas e trabalhos que desenvolverão o senso de metas e objetivos, além de estimular a paciência, o convívio, o entendimento do longo prazo, dentre tantos outros fatores neste sentido.
Trata-se de uma atividade centralizadora, conduzindo a um processo terapêutico orientado para a emancipação e autonomia das pessoas.
Terapia complementar
Outro ponto que deve ser discutido é com relação à necessidade de terapia complementar. Muitas instituições e hospitais psiquiátricos trabalham com o acompanhamento familiar, como forma de compreender que não somente o paciente internado, mas sim todo o seu convívio familiar pode ser afetado com os quadros de surtos e crises.
Sendo assim, recomenda-se, em muitos casos, esta terapia complementar na qual é responsável por acompanhar e escutar toda a família.
Consequentemente gerando um acompanhamento mais a fundo, e que prepara a todos para o restabelecimento da tranquilidade, equilíbrio e saúde mental.
4- Sobre a alta
Por fim, para que possamos compreender todos os pontos relacionados com o processo de como funciona um hospital psiquiátrico, é preciso pensarmos também na alta. Ela é importante e faz parte do processo terapêutico. De todo modo, podemos destacar algumas situações que a envolve:
- O médico responsável poderá solicitar a alta do paciente, a partir de toda a observação de sua melhora.
- A família poderá assinar um documento com “pedido de alta”, caso ela considere que seja o momento de levar o paciente para casa. Assim, acredita-se que os familiares darão continuidade aos cuidados essenciais.
- O paciente pode solicitar a saída, por meio de um documento que o mesmo assina. Porém, é importante compreender que apenas em casos de internação voluntária é que este tipo de pedido será aceito. Além disso, é importante frisar que algumas internações voluntárias podem vir a se transformar em involuntárias. Com isso, caso isso ocorra, o paciente será impedido de solicitar sua saída.
Entende-se que o paciente obteve uma melhora quando há, gradativamente, a reaquisição de sua autonomia. Este é um ótimo termômetro para que possamos compreender se o caminho do tratamento está promissor.
Qual a diferença entre hospício e hospital psiquiátrico?
Na realidade, um hospital psiquiátrico também pode ser chamado de hospício. Porém, em muitas situações a palavra “hospício” pode ser utilizada como um termo pejorativo. Isto é, as pessoas podem dizer que alguém vai ao hospício como se isso fosse algo ruim ou digno de pena.
Sendo assim, no ambiente acadêmico e hospitalar o termo “hospital” ou “clínica” psiquiátrica são mais utilizados. Eles podem transparecer um sinal de mais respeito às pessoas, embora hospício não seja ruim.
Portanto, podemos usar tanto o termo hospício, quanto hospital, uma vez que ambos apresentam o mesmo significado.
Quem pode se internar em um hospital psiquiátrico?
De forma geral, podemos dizer que qualquer pessoa pode se internar em um hospital psiquiátrico, desde que haja um laudo médico que justifique tal internação. Isso significa que qualquer indivíduo tem o direito de ser internado caso possua um diagnóstico.
Ou seja, não existe distinção de idade, cor, gênero, classe social ou algo do tipo. Qualquer pessoa que tenha alguma questão de saúde mental laudada por um médico e caracterizada como uma justificativa plausível para tal internação, poderá ser internada.
Porém, é importante destacarmos que isso não quer dizer que qualquer pessoa com transtorno mental será internada, pois isso é uma inverdade.
Não são todos os casos de problemas de saúde mental que resultarão em uma internação. O paciente precisa apresentar algumas características importantes, que serão avaliadas pelo médico, a fim de que a sua internação tenha o propósito de resguardar a sua vida e a de terceiros, bem como manter a qualidade de vida do sujeito.
Por isso, a internação só acontece em casos de transtornos nos quais o paciente pode:
- Estar apresentando comportamentos de tentativa de suicídio, ou seja, o indivíduo está atentando contra a própria vida. Neste caso, o médico solicita a internação para que a vida daquele sujeito seja protegida.
- Ter pensamentos e ideações suicidas, mesmo que ainda não tenha feito a passagem ao ato.
- Estar apresentando comportamentos de lesionar o próprio corpo, não com intenção suicida, mas que, da mesma forma, pode estar colocando a sua vida em risco e/ou aumentando risco de desenvolvimento de doenças e infecções.
- Ter dificuldades para manter o autocuidado, perdendo o discernimento para manter a própria higiene, alimentação, cuidados básicos de saúde, etc. Nestes casos, o indivíduo pode estar colocando a sua saúde e vida em risco, e por isso a internação pode ser importante.
- Estar apresentando comportamentos de risco, que colocam a sua integridade física e saúde mental diante de exposições nocivas. Por exemplo, uma pessoa que passa a ter comportamentos negligentes, pendurando-se na cobertura de um prédio, tendo comportamentos sexuais arriscados, consumindo substâncias químicas e compartilhando seringas, etc.
Perceba que nos exemplos acima a pessoa pode estar apresentando comportamentos que colocam a saúde ou a sua integridade moral em risco. Nesses casos, o médico psiquiatra avaliará a situação e poderá solicitar a internação.
Quanto custa para se internar em um hospital psiquiátrico?
É muito importante ter em mente que existe uma série de hospitais psiquiátricos em nosso país. Alguns possuem um corpo interdisciplinar com mais profissionais, e outros com menos. Além disso, a infraestrutura do espaço também deve ser considerada.
Isso quer dizer que o valor pode ser bem variável.
As questões relacionadas aos planos de saúde também podem resultar na alteração dos valores. Portanto, é possível que você encontre um hospital psiquiátrico a partir de R$ 1000 mensais, bem como encontre opções de luxo ou mais caras que fique acima de R$ 10 mil.
Para saber mais sobre as possibilidades que estão perto de você, é possível entrar em contato com a Interhelp Internação. A nossa equipe visa encontrar o hospital que seja mais alinhado às suas necessidades e que caiba no seu bolso.
Queremos ajudar você na hora de encontrar o melhor ambiente para o seu familiar. Basta entrar em contato conosco para saber mais! Estamos à disposição.
Quanto tempo dura uma internação psiquiátrica?
Estima-se que uma internação pode durar cerca de 30 dias. Porém, não é possível prescrever, por meio deste artigo, o tempo de internação ideal para você ou para o seu familiar.
Isso porque o médico precisará avaliar a situação do paciente, bem como analisar os sintomas, a gravidade, a necessidade de tratamento, e assim por diante. Apenas assim é que será viável ter um acompanhamento que realmente aumente a qualidade de vida do indivíduo.
Lembre-se de que quando pensamos em saúde mental, cada caso é único e deve ser tratado como tal.
Os hospitais psiquiátricos no Brasil
Existem muitos hospitais psiquiátricos espalhados por todo o Brasil. Por isso, muitas vezes, pode ser complicado encontrar a melhor opção para o seu familiar. No entanto, com a ajuda da Interhelp Internação você pode encontrar a melhor alternativa.
Mas além disso, descrevemos algumas considerações sobre como funcionam, em sua maioria, esses hospitais:
Como funcionam os hospitais psiquiátricos no Brasil?
Basicamente, esses hospitais funcionam de forma semelhante. Há uma equipe multidisciplinar responsável pelos cuidados dos pacientes, e os ambientes contam com uma infraestrutura adequada para receber esses indivíduos.
Há quartos, áreas comuns de interação, espaços para enfermaria e consultas com médicos e psicólogos, ambientes recreativos, entre outros espaços.
Tudo é pensado para gerar mais conforto e qualidade de vida para todos os pacientes.
A atenção ao paciente com transtorno mental é constante, e ele poderá receber todo o apoio que precisa durante a sua recuperação.
A família também tem um papel importante nesse tipo de espaço, oferecendo um suporte para o paciente que está ali internado. Ela também recebe orientação por parte dos profissionais da saúde, a fim de que todos sejam acolhidos e bem tratados no espaço.
Como encontrar um hospital psiquiátrico?
Para encontrar um hospital psiquiátrico, entre em contato conosco. Atendemos em todo o território nacional, sempre com total transparência com nossos clientes.
Ajudamos você a encontrar a alternativa mais alinhada às necessidades do seu familiar, visando oferecer o suporte adequado para toda a sua família.
De todo modo, agora você já sabe como funciona um hospital psiquiátrico, já pode compartilhar este conteúdo com familiares que desejam saber mais sobre. Se houver alguma dúvida, deixe o seu comentário aqui abaixo, para que possamos lhe auxiliar.
Acesse nosso site: www.interhelpinternacao.com.br
FALE CONOSCO: 0800 500 9945
Referências
Hospitais psiquiátricos no Brasil: Relatório de Inspeção Nacional. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/12/549.3_ly_RelatorioInspecaoHospPsiq-ContraCapa-Final_v2Web.pdf> Acesso em 07 out. 2022.
Psicóloga (CRP12/17354), pós-graduada em Psicologia Puerperal. Em paralelo a isso, cursa Letras – Português. Atua como psicoeducadora e redatora na Interhelp Internação. Psicanalista em formação, é apaixonada por tudo que envolve saúde mental, desenvolvimento humano, linguagem e bem-estar.