Públicado em: 19 de maio de 2022
Última Atualização em: 19 de maio de 2022
Você já ouviu falar em automutilação? Neste conteúdo, apresentaremos uma série de informações importantes sobre esse tipo de comportamento que tem chamado a atenção de pais e educadores. Confira!
O que é automutilação?
A automutilação pode ser entendida como o ato de se cortar em alguma parte do corpo, com o intuito de sentir um “alívio” da dor psíquica intensa. É o caso de pessoas que cortam os dedos quando estão extremamente ansiosas ou deprimidas.
Após o comportamento se concretizar, a pessoa passa a sentir vergonha do que fez, tentando esconder os cortes para não ser vista agindo assim.
Dessa forma, cria-se um verdadeiro looping de dor psíquica e automutilação: os problemas de saúde mental e as dores psíquicas provocam os auto cortes, que “aliviam” a tensão mental. Passado um período, a culpa surge, colocando a pessoa em uma situação de vergonha e isolamento.
Vale ressaltar, ainda, que a automutilação pode ser feita em diversas partes do corpo e, por isso, muitas vezes é difícil detectar esse tipo de comportamento no indivíduo.
Quais as causas da automutilação?
A automutilação é multifatorial, ou seja, pode estar associada a uma série de causas, e não apenas uma única e específica.
A busca pelo alívio da dor psíquica é, por si só, a causa principal, mas temos que pensar na dor psíquica em si. Isto é, a automutilação pode até ser causada pelo anseio de sentir um alívio, mas devemos estar atentos ao alívio do que.
Por exemplo, jovens podem recorrer à automutilação quando se sentem excluídos, humilhados, com baixa autoestima, excessivamente deprimido, rejeitados, vivendo um luto intenso, etc. Em todos esses casos a dor psíquica pode ser perturbadora, beirando “a perda da sanidade”.
Consequentemente, a dor física pode desviar a atenção cerebral, fazendo com que o problema emocional fique de lado enquanto se sente o desconforto físico.
À medida que a pessoa recorre aos cortes para aliviar essas dores, as questões psíquicas vão sendo deixadas cada vez mais de lado. Assim, há um acúmulo de problemas e a recorrência da automutilação começa a aumentar.
Quebrar esse ciclo é difícil, porém, não é impossível. A busca por ajuda é o primeiro passo. Ter problemas psicológicos e mentais não é motivo de vergonha e você merece o acompanhamento adequado.
Se você estiver se automutilando, não hesite na hora de buscar ajuda!
A automutilação está associada ao suicídio?
Tanto pode, quanto não pode. Cada caso sempre será único e é dever do profissional de saúde analisar as circunstâncias nas quais as crises de automutilação estão acontecendo.
Isto é, alguns indivíduos podem realmente se cortar para aliviar a dor psíquica, enquanto outros podem se cortar na tentativa de causar um dano maior ao organismo, levando-o à óbito.
Além disso, a automutilação pode estar associada aos pensamentos suicidas, que quando não escutados, podem evoluir para a passagem ao ato: a tentativa de suicídio em si.
Por isso, os sinais de automutilação não devem ser negligenciados. A busca por ajuda é indispensável para garantir a integridade física do indivíduo.
Quais os sintomas da automutilação?
Os sinais da automutilação podem ser bastante silenciosos, uma vez que a pessoa tem vergonha das suas próprias atitudes. Por isso, alguns comportamentos estranhos devem ser observados com mais afinco, como por exemplo:
- Indivíduo que se tranca no quarto ou no banheiro por longos períodos.
- O indivíduo não usa roupas sem manga comprida nem mesmo em dias quentes. O mesmo vale para calça.
- O isolamento social também é bem evidente, e as atividades em conjunto quase nunca acontecem.
- Choro excessivo e expressões de desespero e angústia também são recorrentes – mesmo que não em público.
- Falta de comunicação.
- Objetos cortantes sendo encontrados nos pertences do indivíduo.
As mudanças repentinas em comportamentos também podem denunciar que algo não está indo muito bem.
Vale ressaltar, ainda, que a automutilação costuma acometer crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos. Por isso, os pais precisam ficar atentos aos sinais que citamos acima.
Qual o tratamento para automutilação?
O tratamento deverá ser alinhado ao quadro do paciente que está se automutilando. Sendo assim, podemos destacar os seguintes pontos relacionados a esse tratamento:
- Tratamento psicológico: A psicoterapia pode auxiliar o indivíduo no entendimento das próprias emoções, ajudando-o a resgatar as suas habilidades de equilíbrio emocional. Além disso, o psicólogo pode ajudar a pessoa a entender os gatilhos por trás das emoções, aprendendo a lidar com eles e viabilizando mais qualidade de vida.
- Tratamento medicamentoso de outras questões concomitantes: O tratamento medicamentoso também pode ser solicitado pelo médico psiquiatra, especialmente em casos nos quais a automutilação decorre de outro quadro clínico como depressão. Afinal, é necessário levar em consideração a causa do sintoma, e não apenas o sintoma em si.
- Terapias ocupacionais: As terapias ocupacionais podem auxiliar nas questões relacionadas à sociabilidade do sujeito, visando mais qualidade de vida, interações sociais e menos tensão emocional.
- Internação: Em casos mais graves o indivíduo pode vir a ser internado em uma clínica psiquiátrica para receber o tratamento adequado, 24 horas por dia. Isso porque a automutilação pode colocar a saúde do sujeito em risco, podendo, inclusive, levá-lo à morte.
Cada caso sempre será único e o profissional da saúde poderá prescrever um tratamento específico, de acordo com o estilo de vida do sujeito.
Internação em casos de automutilação
A automutilação com ideação suicida pode requerer a internação do sujeito para que o tratamento garanta a saúde e a integridade do mesmo.
Afinal, a pessoa que se corta com o foco de causar danos graves ao organismo precisa de auxílio profissional para não colocar a própria vida em risco.
Aqui, o psiquiatra avaliará a necessidade de internação, e caso o indivíduo não aceite ser internado, a internação involuntária poderá vir a ser a solução.
Conclusão
A automutilação pode ou não estar envolvida com as tentativas de suicídio e costumam acometer crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos.
Os sinais podem ser sutis, mas é necessário ficar atento para evitar efeitos mais graves.
Se você perceber que algum conhecido está se automutilando, indique a ele a ajuda necessária – psicoterapêutica, por exemplo.
Além disso, se esse for o seu caso, não hesite em nos contatar! Estamos aqui para ajudar você a atravessar esse momento difícil. Conte com a Interhelp Internação!
Referências
Automutilação não suicida. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/comportamento-suicida-e-automutila%C3%A7%C3%A3o/automutila%C3%A7%C3%A3o-n%C3%A3o-suicida> Acesso em 19 maio 2022.
Revisado por Camila Bonatti: Psicóloga (CRP12/17354)
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Psicóloga (CRP12/17354), pós-graduada em Psicologia Puerperal. Em paralelo a isso, cursa Letras – Português. Atua como psicoeducadora e redatora na Interhelp Internação. Psicanalista em formação, é apaixonada por tudo que envolve saúde mental, desenvolvimento humano, linguagem e bem-estar.