Públicado em: 3 de abril de 2023
Última Atualização em: 3 de abril de 2023
Os casos de Síndrome da Cabana se tornaram mais evidentes após a pandemia do Covid-19. Isso porque, a doença causou medo e pânico nas pessoas, além da obrigação de se manterem isoladas em suas casas. Esses efeitos resultaram em angústias relacionadas à saída de casa, dificultando a rotina de muita gente.
Por isso, pensar em formas de enfrentar o problema, com base no apoio psicológico de um especialista, é fundamental para resgatar a qualidade de vida. Neste texto, trouxemos mais detalhes sobre esse assunto. Acompanhe.
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O que é a Síndrome da Cabana?
A Síndrome da Cabana pode ser caracterizada como um conjunto de sintomas psicológicos que alguns indivíduos experimentam quando tentam sair de casa. A pessoa pode ter medo de morrer, de ficar doente, de ser atropelada, ou de simplesmente deixar a sua casa. Esse medo causa uma ansiedade severa que, em casos graves, impede que a pessoa consiga sair de dentro de casa. Por isso, pensar em formas de enfrentamento é importante para restabelecer o bem-estar e a saúde mental.
Como lidar com a Síndrome da Cabana?
Antes de pensarmos em formas de enfrentamento da Síndrome da Cabana, é importante termos a consciência de que não existe fórmula infalível para isso. Ou seja, é necessário reconhecer que cada caso é único e devemos abordá-los como tal.
Por isso, algumas estratégias podem funcionar para algumas pessoas, e outras não. É justamente por conta desses fatores que o acompanhamento profissional qualificado pode fazer toda a diferença, já que o psicólogo poderá avaliar o caso com mais profundidade, auxiliando nas mudanças efetivas para a situação vivida pelo paciente.
Com isso esclarecido, sigamos com as nossas considerações e sugestões:
1. Interagir com as outras pessoas
A interação com as outras pessoas deve ser mantida mesmo quando o indivíduo tem medo de sair de casa. Isto é, usar a tecnologia para manter contato com as pessoas queridas e próximas é fundamental para o fortalecimento da saúde mental.
Em contrapartida, o isolamento total poderá resultar em danos no médio e longo prazo, agravando a Síndrome da Cabana, por exemplo.
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2. Exposição segura e gradativa
Em algumas situações, é possível começar a testar uma espécie de exposição gradativa. Por exemplo, se você não tem coragem de sair de dentro de casa, pode começar a fazer isso aos poucos: abrindo a porta e, simplesmente, sacudindo um tapete. Depois, levando o lixo até a rua, e assim por diante.
A cada nova saída, é possível aumentar um pouquinho o desafio, mas sem tentar passar dos limites a ponto de tornar tudo extremamente desgastante, ok?
3. Buscar ajuda profissional
Como mencionamos anteriormente, a busca por ajuda profissional é fundamental em muitos casos. Afinal, o psicólogo poderá avaliar a sua situação mais de perto, ajudando você a entender as emoções e situações que são vividas no cotidiano.
Inclusive, esse tipo de tratamento pode ser feito online, ao menos no começo, para que você possa se sentir mais seguro e tranquilo durante todo o processo. Vale a pena fazer o teste e ver quais caminhos a psicoterapia poderá seguir.
4. Entender que para lidar com isso é necessário tempo
Lembre-se de que por se tratar de uma questão de saúde mental é importante você dar tempo ao tempo. Ou seja, não queira pular etapas tentando se expor excessivamente ao lado externo, crendo que isso poderá ser a cura. Afinal, em alguns casos, esse tipo de situação poderá causar um efeito rebote, fazendo com que você acabe ficando ainda mais ansioso e receoso ao sair de casa, ao invés de realmente ajudar.
Respeite o seu tempo de recuperação e sempre converse com o psicólogo sobre isso.
5. Cuide da sua respiração
Quando estamos com medo, a nossa respiração tende a ficar cada vez mais acelerada. A consequência dessa aceleração é um aumento nos batimentos cardíacos, tontura e mal-estar. Portanto, quando você estiver saindo de casa e enfrentando a Síndrome da Cabana, lembre-se de cuidar da maneira como você tem respirado.
Tentar manter uma respiração lenta e que encha os pulmões profundamente pode ajudar a reduzir os sintomas físicos de ansiedade, além de promover relaxamento. Tudo isso, somado, pode contribuir para um enfrentamento mais equilibrado da situação.
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6. Criar bons motivos para sair de casa no começo
Ao invés de fazer com que a saída de casa seja apenas uma obrigação em casos de emergência – como, por exemplo, acabar toda a comida que tem em casa -, tente criar saídas mais saudáveis e leves para você.
É o caso de combinar de ir na casa de um amigo, no qual você se sente seguro, por exemplo. Essa saída será mais prazerosa e será um objetivo positivo, o que pode ajudar a criar uma associação, na sua mente, de que existem coisas boas no mundo além das paredes da sua casa.
7. Distrair-se um pouco no lado externo da sua casa
O lado externo da sua casa também pode ser fonte de momentos agradáveis. Você pode cuidar do jardim, caminhar sobre a grama, ou simplesmente olhar os passarinhos nas árvores, por exemplo.
Encontre tarefas e atividades externas que possam ser divertidas e relaxantes. Esse contato com a natureza poderá ser uma excelente alternativa no enfrentamento da Síndrome da Cabana.
Claro que, tudo dentro dos seus limites e sempre de acordo com as recomendações que você receber dos profissionais da saúde, está bem?
Conclusão
A Síndrome da Cabana pode atrapalhar profundamente a rotina de qualquer pessoa. Por isso, pensar em estratégias de enfrentamento é crucial para estabelecer um dia a dia mais equilibrado.
Em muitos casos, a intervenção psicológica pode ser necessariamente e igualmente eficaz.
Pense nisso e busque ajuda caso você sinta que não está conseguindo enfrentar tudo sozinho. Afinal, pedir auxílio não é um problema e nem é vergonhoso. Pelo contrário! É um direito seu de cuidar de si mesmo.
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Psicóloga (CRP12/17354), pós-graduada em Psicologia Puerperal. Em paralelo a isso, cursa Letras – Português. Atua como psicoeducadora e redatora na Interhelp Internação. Psicanalista em formação, é apaixonada por tudo que envolve saúde mental, desenvolvimento humano, linguagem e bem-estar.