Transtorno Delirante: Sintomas e tratamentos

Transtorno delirante

Públicado em: 15 de julho de 2022

Última Atualização em: 15 de julho de 2022

Uma pessoa com transtorno delirante pode apresentar falsas crenças, sobre determinadas áreas da vida, nas quais ela crê firmemente que aquilo é real. No geral, a pessoa continua funcional e consegue trabalhar e estudar normalmente. Porém, a falsa crença pode causar alguns desconfortos, desconfianças, medos e prejuízos em alguns relacionamentos. É o caso de indivíduos que crêem estarem sendo traídos, mesmo quando isso não é uma verdade.

No decorrer deste texto, você encontrará mais detalhes sobre essas e outras informações sobre esse quadro. Acompanhe o conteúdo até o fim e saiba mais!

O que é o transtorno delirante?

O transtorno delirante pode ser caracterizado pela presença de uma ou mais falsas crenças nas quais o indivíduo crê firmemente que aquilo é real. Essas crenças, embora sejam irreais, persistem por pelo menos um mês.

Vale ressaltar que essas falsas crenças costumam estar relacionadas a situações que podem acontecer, ou seja, não são totalmente fantasiosas – como o caso de pessoas que crêem ser Deus. No transtorno delirante, a pessoa pode ter a certeza de que está sendo traída, mesmo quando o parceiro é fiel; outro exemplo, é o caso de um indivíduo acreditar que um de seus órgãos internos foi removido sem que ele soubesse e sem deixar cicatrizes.

Vale ressaltar que existem diversos subtipos de transtornos delirantes, cada qual com suas características e crenças específicas. Detalharemos alguns deles no decorrer deste texto.

Sintomas do transtorno delirante

  • Presença de um ou mais delírios com duração de, pelo menos, um mês.
  • Preocupação com a lealdade de parceiros ou amigos.
  • Sensação de perseguição.
  • Medo de estar sendo explorado.
  • Guardar rancor por muito tempo.
  • Acredita em situações que são irreais, mesmo quando há provas da falsa realidade. Isto é, se a pessoa crê que foi traída, mesmo quando não há provas de que isso aconteceu, ela ainda assim manterá o delírio.

Vale ressaltar que os sintomas não são “pesados” a ponto de impedir que a pessoa trabalhe ou se relacione, por exemplo. Tampouco os comportamentos serão estranhos ou bizarros. Isso porque um indivíduo com transtorno delirante costuma crer em algo que é possível de acontecer.

Como diagnosticar transtorno delirante?

Dentre os critérios diagnósticos trazidos pelo DSM-V, podemos citar:

  • O médico avaliará a presença de um delírio ou mais com a duração mínima de um mês ou mais.
  • Avaliará se não há a presença de outros sintomas psicóticos que poderiam enquadrar a situação em outro quadro clínico, como esquizofrenia.
  • Se a perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica, não sendo mais bem explicada por outro transtorno mental.
  • A história clínica do paciente também é levada em conta.
  • O médico avalia os delírios e a propensão da pessoa de colocar algo arriscado em prática, pois isso também é fator determinante para o tratamento ideal ser prescrito.

Além disso, o médico pode ainda levar em conta outros pontos de avaliação de acordo com o discurso do paciente, visando compreender melhor o caso a fim de auxiliá-lo.

Quais são os tipos de transtornos delirantes?

O transtorno delirante pode ser categorizado, ainda, em alguns subtipos. São eles:

Transtorno erotomanícaco

Neste subtipo, o indivíduo pode crer que outra pessoa está apaixonada por ele. Em muitos casos, a pessoa acredita que essa pessoa apaixonada é um famoso.

Transtorno grandioso

Uma pessoa com transtorno grandioso acredita que tem um talento imenso, mesmo que não seja reconhecido. Além disso, ela pode crer que teve uma ideia ou fez alguma descoberta muito importante.

Transtorno persecutório

Neste caso, o indivíduo tem a forte crença de que está sendo enganado e que há alguma conspiração contra ele. Além disso, pode crer que está sendo perseguido, espionado, envenenado ou drogado, difamado, assediado, entre outros pontos.

Há ainda os indivíduos que acreditam que alguém está obstruindo o desenvolvimento deles, atrapalhando os seus objetivos de longo prazo.

Transtorno ciumento

Neste caso, a pessoa tem a “certeza” (mesmo que isso não seja verdade) de que está sendo traída pelo parceiro. Por isso, acaba tendo fortes crises de ciúme, causando complicações no próprio relacionamento amoroso.

Transtorno somático

Este tipo de transtorno envolve funções e sensações corporais. A pessoa pode enxergar uma deformação física, mesmo ela sendo irreal, além de se preocupar com algumas funções corporais, crendo que estão alteradas.

Tipo misto

O tipo misto diz respeito ao aparecimento de temas delirantes diversos, sem haver um único predominante que possa ser catalogado em um dos tipos acima citados.

Tipo não especificado

O tipo não especificado, por sua vez, aplica-se a casos de crenças delirantes que não podem ser determinadas com clareza ou não estão descritas nos tipos específicos que já citamos.

Qual o tratamento para transtorno delirante?

O tratamento pode ser um pouco difícil no começo, afinal, a pessoa crê e tem “certeza” de que o delírio é algo real e que realmente está acontecendo. Por isso, o processo inicial pode ser um pouco mais difícil e lento. Ainda assim o acompanhamento psicoterapêutico é importante para que a pessoa possa falar sobre essa realidade que existe na mente dela, visando compreender o que é real e o que não é.

Além disso, questões gerais relacionadas às emoções e à saúde mental também poderão ser trabalhadas na terapia.

No que diz respeito ao acompanhamento com médico psiquiatra, o indivíduo poderá receber a prescrição de medicamentos antipsicóticos, dependendo dos sintomas, das causas, da frequência, etc. Isto é, nem sempre o sujeito precisará administrar medicamentos para minimizar os sintomas, mas em alguns casos isso pode ser necessário.

Além disso, o médico poderá avaliar se há necessidade de hospitalização/internação, dependendo do tipo de delírio – caso ele coloque a pessoa em risco de alguma forma. Porém, como mencionado, a avaliação particular de cada caso é fundamental para o mapeamento do melhor tratamento possível.

Conclusão

O transtorno delirante é caracterizado como a existência de um ou mais crenças falsas nas quais o sujeito as vê como realidade absoluta. É o caso de um sujeito ter a certeza de estar sendo enganado, traído, perseguido, etc., mesmo que isso seja irreal.

Exige tratamento psicoterapêutico e em alguns casos os fármacos podem ser importantes. Além disso, há casos em que a internação também pode ser necessária. Tudo dependerá do quadro e da avaliação que o médico fizer.

Referências

Transtorno delirante. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-de-sa%C3%BAde-mental/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/transtorno-delirante> Acesso em 15 jul. 2022.

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 – 5ª Edição. Disponível em: <https://dislex.co.pt/images/pdfs/DSM_V.pdf> Acesso em 15 jul. 2022.

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