Depressão pós-parto: Sintomas, tratamentos e mais

Depressão pós-parto

Públicado em: 4 de outubro de 2022

Última Atualização em: 6 de outubro de 2022

depressão pós-parto é um quadro clínico que acomete a saúde de milhares de puérperas em todo o mundo. Estima-se, inclusive, que o período perinatal é uma das fases da vida da mulher com maior propensão ao desenvolvimento de quadros de depressão e ansiedade.

Pensando nisso, elaboramos este conteúdo com uma série de informações importantes sobre essa temática. Confira.

O que é a depressão pós-parto?

A depressão pós-parto consiste em um quadro depressivo que ocorre após o nascimento do bebê. Vale ressaltar, inclusive, que esse quadro depressivo pode ter início durante o parto, intensificando os seus sintomas apenas depois do nascimento da criança.

Essa condição exige o acompanhamento médico, para que essa mãe receba o amparo necessário para lidar com as adversidades da depressão, visando mais qualidade de vida, tanto para a mãe, quanto para o bebê que está, agora, sob os seus cuidados.

Quais os sintomas da depressão pós-parto?

Os sintomas da depressão pós-parto são semelhantes aos que são encontrados em casos de depressão ou distimia. No entanto, muitas vezes esses sintomas têm relação direta com o papel da maternidade, com o parto, com a situação vivida com o bebê, etc. Por isso, justamente, que denomina-se “pós-parto” e não apenas depressão.

Portanto, podemos citar os seguintes sintomas associados à rotina da mulher, de uma forma geral:

  • Insônia ou hipersonia.
  • Dificuldades para lidar com o papel de mãe.
  • Baixa autoestima e sentimento de desvalia.
  • Tristeza profunda.
  • Dificuldades para se concentrar e manter o foco.
  • Acentuada diminuição de interesse e prazer em atividades.
  • Perturbação do apetite.
  • Perturbação do sono.
  • Rejeição ao bebê.
  • Fadiga e cansaço excessivo.

Esses sintomas costumam ser percebidos cerca de 3 semanas após o parto, mas também podem ser detectados e desenvolvidos tardiamente, meses depois do nascimento do bebê.

Quais as causas da depressão pós-parto?

As causas da depressão pós-parto podem ser multifatoriais. Há casos e casos, em que a mulher aprende a lidar com a maternidade de uma forma ou de outra, o que impacta na sua maneira de se enxergar, por exemplo. Abaixo trouxemos alguns apontamentos que podem nos ajudar a pensar sobre o assunto:

1. Mudanças psicológicas

Sem dúvidas, a gestação, o parto e o puerpério trazem uma série de mudanças psicológicas para a mulher, que podem ocasionar efeitos intensos em sua forma de lidar com as emoções, por exemplo. Além disso, a sua visão de mundo e de si mesma podem alterar conceitos importantes para a mulher, ocasionando a depressão pós-parto.

2. Alterações hormonais e corporais

As alterações hormonais e corporais também têm um papel importante no desenvolvimento de depressão pós-parto. Afinal, a mulher passa por mudanças bruscas em seu equilíbrio hormonal (impactando, quimicamente, o que acontece no cérebro), bem como pode lidar com mudanças significativas na sua autoimagem, que impactam a autoestima.

3. Alterações nos papéis sociais da mulher

Sem dúvidas, a mulher passa a viver mudanças significativas no seu círculo social. De uma hora para outra ela se torna uma “mãe”, e as pessoas esperam que ela saiba agir perfeitamente como tal. Porém, essas imposições e o período de transição gradual para a maternidade podem impactar a saúde mental da mulher, resultando em questões como a depressão pós-parto.

4. Falta de apoio e suporte

A falta de uma rede de apoio também pode ocasionar problemas emocionais e psíquicos na mulher. Frente à rotina desgastante, às tarefas que surgiram da noite para o dia e às mudanças corporais, a mulher pode se sentir sobrecarregada e sem suporte. Tudo isso pode causar danos na saúde mental e resultar em um caso de depressão.

5. Violência obstétrica

Infelizmente, muitas mulheres ainda têm a tristeza de viver situações de violência obstétrica no parto, que podem servir de estopim para situações de depressão.

Além disso, causas genéticas e demais fatores ambientais e sociais também podem contribuir para o desenvolvimento do quadro. Quem investigará as causas e as possíveis soluções, portanto, será o médico psiquiatra e o psicólogo.

Quais os tratamentos para depressão pós-parto?

O tratamento para depressão pós-parto é multidisciplinar. Isto é, haverá a atuação de médicos psiquiatras e psicólogos durante a recuperação da puérpera. Veja abaixo:

Psicoterapia

A psicoterapia pode ocorrer semanal ou quinzenalmente. O psicólogo acolherá e escutará as angústias e dores da paciente, ao mesmo tempo em que a orienta frente ao que sente e ao que pode fazer com relação às próprias emoções.

A mulher poderá encontrar formas de aumentar a autoestima, fortalecer o vínculo com o bebê e estabelecer uma rotina que respeite os seus limites.

Além disso, a quebra da “romantização” da maternidade também pode acontecer.

Medicamento

A prescrição de medicamentos pode ser feita pelo médico psiquiatra, que avaliará o grau dos sintomas da paciente e prescreverá a quantidade mais alinhada às suas necessidades.

Também é o médico que fará o acompanhamento do desenvolvimento do quadro frente ao consumo de medicamentos, visando minimizar efeitos colaterais e aumentar a qualidade de vida da mulher.

Internação

Em casos de ideação e tentativas de suicídio, o médico psiquiatra poderá recomendar à família da mulher que aconteça a internação. Nesse caso, a mulher receberá todo o apoio na clínica psiquiátrica, até atravessar a fase que está vivendo e restabelecer seu autocontrole, por exemplo.

Tudo respeitando os limites e as questões pessoais da paciente, sem privá-la de ver o seu bebê.

Essa internação é importante para que seja possível preservar a vida e a saúde da puérpera.

Conclusão

A depressão pós-parto, apesar de receber esse nome, pode surgir antes mesmo do nascimento do bebê. Por isso, inclusive, que o pré-natal psicológico pode ser bem importante durante a gestação.

Além disso, buscar apoio psiquiátrico e psicológico para casos de depressão é imprescindível para fortalecer a autoestima e a saúde da mulher, ao mesmo tempo em que se impacta, diretamente, a vida do bebê.

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Referências

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

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