Públicado em: 2 de fevereiro de 2023
Última Atualização em: 2 de fevereiro de 2023
Infelizmente, as doenças psicossomáticas podem impactar profundamente a qualidade de vida das pessoas, pois ocasiona efeitos que podem atrapalhar a funcionalidade no dia a dia, como no caso de ter uma enxaqueca e não conseguir trabalhar adequadamente.
Além disso, essas doenças podem ser “silenciadas” em muitos casos, pois o indivíduo pode ter vergonha de admiti-las, uma vez que não possui nenhum tipo de laudo ou diagnóstico e teme que as outras pessoas o julguem.
Por isso, desenvolvemos este conteúdo para ajudar você a compreender esse assunto e, assim, buscar a ajuda adequada para enfrentar a psicossomatização. Acompanhe.
O que são as doenças psicossomáticas?
As doenças psicossomáticas podem ser consideradas como manifestações físicas sem causa fisiológica, mas, sim, com causa psicológica. É o caso de um indivíduo apresentar problemas digestivos devido a uma preocupação excessiva que provoca uma profunda ansiedade.
São diversas as formas que o corpo pode manifestar uma questão psicológica não atendida. Há quem tenha dor de cabeça, problemas digestivos, cansaço excessivo, dores no corpo de forma geral, disfunções sexuais não fisiológicas, entre outros.
É importante ter em mente que a pessoa não escolhe sentir a dor e, portanto, não basta dizer a ela que se trata de algo psicológico. Embora a pessoa possa saber que sua dor de cabeça é em decorrência de uma forte crise de estresse, muitas vezes ela não consegue encontrar os subsídios necessários para lidar com seus problemas, resultando em doenças psicossomáticas.
Quais os sintomas de doenças psicossomáticas?
Os sintomas das doenças psicossomáticas variam de caso a caso. Cada indivíduo pode manifestar uma psicossomatização de uma forma. Ainda assim, podemos pensar em alguns sinais bastante corriqueiros em muitas situações, como por exemplo:
- Fortes dores de cabeça, com crises de enxaqueca, sem que haja uma causa de doença física para tal sintoma.
- Dores no estômago, cólicas intestinais, diarreia, vômito, azia e refluxo sem que haja causas físicas para esses sintomas.
- Dores inexplicáveis pelo corpo, inclusive em casos de disfunções sexuais dolorosas sem causas fisiológicas.
- Outros tipos de sintomas que possam impactar a qualidade de vida da pessoa, sem que haja explicações para eles.
Cada indivíduo pode manifestar os sintomas de maneira única, apresentando sinais diferentes e com intensidades que variam de acordo com as questões psicológicas de cada um. Afinal, cada pessoa possui as suas próprias questões psíquicas, o que faz com que haja uma variação entre um caso e outro.
Quais as causas das doenças psicossomáticas?
As causas das doenças psicossomáticas são multifatoriais, pois envolvem muitas áreas da vida do indivíduo. Podemos citar, como exemplo, alguns cenários:
- Preocupações excessivas, seja com o trabalho, com a vida pessoal, um relacionamento, entre outros.
- Ansiedade com relação à perda de autocontrole diante de mudanças na própria vida.
- Estresse excessivo em decorrência de diferentes gatilhos.
- Medo excessivo.
- Traumas psicológicos, como no caso de uma pessoa ter dores durante a relação sexual devido à uma violência sexual que possa ter vivido em algum momento.
- Outras questões psíquicas que, quando não escutadas e não atendidas, manifestam-se no organismo, provocando impactos na saúde do indivíduo.
Perceba que não existe apenas uma única causa para o efeito das doenças psicossomáticas. Por isso, buscar a psicoterapia para investigar os motivos pelos quais determinado quadro pode estar se instaurando é de suma importância para encontrar caminhos que minimizem o problema. Consequentemente, que minimizem o mal-estar e aumentem a qualidade de vida do sujeito.
Qual o tratamento das doenças psicossomáticas?
As doenças psicossomáticas têm uma relação íntima com fatores que ocorrem dentro da vida psíquica do indivíduo. Elas estão relacionadas com a forma como a pessoa lida com as adversidades e o quanto essas adversidades são intensas na vida do indivíduo.
Dessa maneira, um dos caminhos para enfrentar a situação e encontrar apoio profissional é por meio da psicoterapia. Com o apoio de um psicólogo experiente, a pessoa pode começar a falar mais livremente sobre as dores e sensações que tem vivido, com o propósito de investigar as causas psicológicas por trás delas.
Mas não basta saber quais são as causas que originaram a psicossomatização, é preciso ir além! Durante a psicoterapia o sujeito começa a encontrar ferramentas que podem ajudá-lo a enfrentar as suas dores e desafios psicológicos, reelaborando o que há de ruim e encontrando vias que o ajudem a seguir adiante, apesar do que está difícil no hoje.
Assim, à medida que o tempo passa, as questões psicológicas podem começar a ser atendidas, resultando em uma espécie de “descarga” para esses problemas, reduzindo o nível de sobrecarga emocional e, consequentemente, reduzindo os sintomas das doenças psicossomáticas.
É o caso de uma pessoa que tem fortes dores de cabeça por conta do estresse e, durante a terapia, encontra o estopim desse estresse, aprendendo a lidar com ele de forma mais saudável e minimizando a sobrecarga emocional – e física – que ele tem provocado.
Portanto, buscar a ajuda de um psicólogo é um caminho promissor na hora de enfrentar os quadros de doenças psicossomáticas.
Conclusão
As doenças psicossomáticas, como vimos, podem se manifestar de diversas maneiras e em diversos âmbitos da vida da pessoa. Intimamente relacionada com as questões psíquicas do paciente, ela pode impactar a vida pessoal, profissional, amorosa, entre outras, de acordo com a intensidade vivida pelo indivíduo.
Trata-se de um quadro que exige acompanhamento psicoterapêutico, a fim de que se investigue os motivos pelos quais as questões corporais estão aparecendo e a quais fatores psicológicos elas dizem respeito.
A partir dessa investigação e de insights vividos na psicoterapia, o paciente pode aprender a lidar melhor com as suas adversidades, respeitando suas emoções e questões mentais, para assim reelaborá-las e, a partir disso, seguir adiante de forma mais equilibrada.
Jamais se autodiagnostique. Procure ajuda médica se estiver vivenciando sintomas de algum quadro psicossomático. Este conteúdo não substitui o atendimento profissional. Cuide-se!
Referências
RUFINO, Juliana Vertuan; MARTINS, Luis Antônio Lovo. Doenças psicossomáticas. Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, [S.l.], v. 33, n. 64, p. 57-62, jun. 2018. ISSN 2596-2809. Disponível em: <http://periodicos.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/77>. Acesso em: 02 fev. 2023.
Psicóloga (CRP12/17354), pós-graduada em Psicologia Puerperal. Em paralelo a isso, cursa Letras – Português. Atua como psicoeducadora e redatora na Interhelp Internação. Psicanalista em formação, é apaixonada por tudo que envolve saúde mental, desenvolvimento humano, linguagem e bem-estar.