Somatização: o que é, causas e tratamentos possíveis

somatização

Públicado em: 15 de setembro de 2022

Última Atualização em: 15 de setembro de 2022

somatização pode nos ajudar a compreender uma premissa muito importante: é inviável separarmos, plenamente, a mente do nosso organismo. Isto é, mente e corpo formam um só ser: o ser humano. Isso significa que questões de saúde mental podem afetar diretamente a saúde física, e vice-versa.

Partindo dessa premissa, temos as questões psicossomáticas, que surgem a partir do momento em que conflitos emocionais e psicológicos não atendidos podem resultar em um problema físico, sem causa fisiológica comprovada pela medicina.

Em um primeiro momento, pode até parecer algo confuso – a gente sabe. Porém, à medida que vamos destrinchando o assunto, tendencialmente temos maiores chances de compreendê-lo – e de buscar a ajuda profissional.

Por isso, convidamos você para acompanhar este texto até o fim e compreender um pouco mais sobre esse universo. Confira!

O que é somatização?

Em linhas gerais, podemos dizer que a somatização é a resposta do corpo frente a algum conflito emocional não atendido. Por exemplo, um indivíduo que tem problemas emocionais profundos, mas por algum motivo, consciente ou não, acaba não tratando suas questões e, consequentemente, pode desenvolver um problema psicossomático: enxaquecas constantes que não podem ser explicadas por alguma doença, de fato.

Isto é, a pessoa sente a enxaqueca, de forma constante e frequente, sem que haja uma causa fisiológica para determinada dor. Isso porque a dor pode ser uma resposta do corpo frente às emoções que não estão sendo ouvidas e que estão, de certa forma, sendo “escondidas” e “engolidas”.

Sendo assim, podemos dizer que a somatização aparece quando uma questão de cunho emocional/psicológico “escorrega” para o corpo, apresentando sintomas físicos que não estão associados a condições fisiológicas.

Sintomas de somatização

Segundo Volpi (2005), p. 3, “O corpo não esquece. Tudo o que foi vivido durante a infância, através de sensações, permanece registrado. A somatização é uma forma de comunicação desses registros ancorados no corpo”, isto é, os sintomas de somatização podem estar ancorados às situações que vivemos em nosso cotidiano.

Por isso, não existe um único conjunto de sintomas que caracterize 100% que uma pessoa tem ou não somatização. Porém, alguns sinais podem ser considerados:

  • Queixas de dor sem causa fisiológica.
  • Problemas digestivos sem causas fisiológicas.
  • Sensações ruins sem causas fisiológicas.
  • Outros sintomas que prejudiquem a qualidade de vida da pessoa, mas não estão associados a doenças específicas.

Sendo assim, podemos entender que os sintomas de somatização dizem respeito aos sinais construídos a partir de questões psíquicas, ou seja, que não têm relação direta com alguma causa puramente orgânica. Mas sim, denunciam que algo não vai bem com a saúde mental, de certo modo.

Quais as causas da somatização?

As causas da somatização são multifatoriais. Isto é, é muito importante investigar cada caso para averiguar os motivos pelos quais o indivíduo pode estar apresentando determinados sintomas somáticos.

Por exemplo, uma pessoa com dores nas relações sexuais, sem uma doença que esclareça a sensação de dor, pode vivenciar um quadro somático devido a uma repressão sexual ou violência sexual que possa ter vivido ao longo de sua vida.

Obviamente, esse é apenas um exemplo e não uma generalização para todos os casos de dor na relação sexual. O que queremos dizer, na verdade, é que a somatização está intimamente relacionada com a história do indivíduo.

Situações que provocam impactos severos na saúde mental podem ser a mola propulsora para um problema psicossomático. Ou seja, podem ser a porta de entrada para um sintoma físico que “denuncia” que algo não vai bem na saúde mental.

Afinal:

“O corpo sente, aprende, se disciplina, se condiciona e expressa os conflitos emocionais da mente, corporificados nos tecidos celulares, refletidos na qualidade do tônus muscular, expressões faciais, ritmo respiratório, postura, tom de voz, etc. Portanto, nosso corpo é moldado de acordo com as experiências vividas, principalmente aquelas ocorridas na primeira infância, quando as formas que encontramos para nos defender ainda são precárias. Esses acontecimentos muitas vezes deixam marcas profundas e irreversíveis (VOLPI, p. 2, 2005)”.

Isso significa que muitos dos acontecimentos que vivenciamos, quando não elaborados de uma forma sadia, podem sim vir a ser um gatilho para que doenças psicossomáticas apareçam em nossas vidas.

Quais os tratamentos possíveis?

O tratamento de quadros somáticos consiste no acompanhamento psicoterapêutico feito por um psicólogo. O psicólogo poderá auxiliar o indivíduo na sua busca pelo autoconhecimento e reconhecimento dos sintomas.

Isto é, por meio da psicoterapia é possível investigar alguns dos motivos pelos quais determinado quadro se instaurou na vida do indivíduo. Desse modo, a compreensão, a elaboração da emoção e demais mecanismos podem ser colocados em prática para atravessar os potenciais “traumas” que ocasionaram a psicossomatização.

Por exemplo, se uma pessoa demonstra um quadro somático devido ao estresse extremo vivido no trabalho, ela pode encontrar, na psicoterapia, um caminho para reequilibrar sua vida profissional, visando qualidade de vida.

Ou seja, com a psicoterapia o indivíduo pode “mergulhar” em si mesmo, compreender os seus sintomas e encontrar mecanismos internos que o ajude a lidar com a situação, visando bem-estar e saúde.

Além disso, caso a pessoa tenha alguma outra questão de saúde, como por exemplo, um quadro de ansiedade ou depressão, é possível buscar auxílio psiquiátrico e, até mesmo, receber a prescrição de medicamentos.

Porém, não existem “remédios para a somatização”, tendo em vista que se trata de quadros singulares e completamente subjetivos. Portanto, a busca pelo psicólogo é um ponto de partida pertinente.

Conclusão

A somatização, em muitos casos, pode afetar expressivamente a qualidade de vida da pessoa. Isso porque os sintomas podem chegar a ser incapacitantes em alguns casos.

Por isso, a busca pela ajuda profissional é fundamental e indispensável. Desse modo, torna-se possível investigar fatores envolvidos com o sintoma somático, visando tratar as questões de saúde mental, ou seja, a “raiz” da situação.

Se você tem percebido sintomas de somatização, busque auxílio profissional.

 

Jamais se autodiagnostique. Procure ajuda médica se estiver vivenciando sintomas de algum quadro psicossomático. Este conteúdo não substitui o atendimento profissional. Cuide-se!

Referências

VOLPI, José Henrique. Quando o corpo somatiza os conflitos da mente. Curitiba: Centro Reichiano, 2005. Disponível em: <www.centroreichiano.com.br/artigos>. Acesso em: 15 set. 2022.

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