Craving: O que é, sinais e tratamento

Craving

Públicado em: 10 de fevereiro de 2023

Última Atualização em: 10 de fevereiro de 2023

craving pode ser considerado um desejo intenso de consumir determinado tipo de droga, e pode ser a resposta a alguns estímulos envolvidos com esse desejo: como a vontade de sentir mais prazer ou resposta à crise de abstinência.

Trata-se de uma condição que pode ser bastante difícil de atravessar sem acompanhamento médico, o que faz com que muitos usuários cometam a chamada “recaída” por conta disso.

Pensando nesse assunto, desenvolvemos este conteúdo completo com tudo o que você precisa saber sobre a temática. Não deixe de acompanhar!

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O que é o craving?

Craving, também chamado de fissura, pode ser caracterizado como um desejo intenso de consumir determinado tipo de droga. Araújo et. al (2008) descreve o craving da seguinte maneira:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reuniu um comitê de especialistas em dependência química que definiu o craving como um desejo de repetir a experiência dos efeitos de uma dada substância.

Este desejo pode ocorrer tanto na fase de consumo quanto no início da abstinência, ou após um longo tempo sem utilizar a droga3,9, costumando vir acompanhado de alterações no humor, no comportamento e no pensamento.

Sinais de craving

Estar atento aos sinais de craving é fundamental para que o indivíduo comece a conhecer os efeitos desse problema e, assim, possa desenvolver a sua capacidade de autocontrole com maior eficiência. Até porque, caso ele não tenha a conscientização de que está vivenciando a fissura, poderá cometer o equívoco de sanar o seu desejo antes mesmo de fazer ponderações.

Vejamos, portanto, alguns sinais desse problema:

  • Alterações de humor;
  • Alterações no comportamento;
  • Alterações nos pensamentos;
  • Desejo e intenção intensos de consumir determinada droga.

Perceba que além do desejo, a intenção de consumir a droga também é intensa. Ou seja, o indivíduo age em prol do seu desejo de consumir determinada substância química.

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Tipos de craving

A fissura pode ser considerada uma espécie de resposta por parte do indivíduo. Isso quer dizer que ele está respondendo a algo. Logo, existem quatro tipos de respostas que podemos pensar:

  • Resposta à síndrome de abstinência: Que é quando o paciente está atravessando crises de abstinência e, por isso, o desejo profundo de consumir a droga pode começar a fazer parte da sua rotina.
  • Reação à falta de prazer: A resposta à falta de prazer também é considerada um dos tipos de craving. Afinal, o indivíduo pode buscar na droga uma fonte de prazer que não vem sendo atendida em outros momentos de sua vida.
  • Tentativa de intensificar o prazer: Essa resposta diz respeito ao fato de o indivíduo já estar tendo prazer com alguma atividade, mas desejar intensificar, consumindo a droga para que tal efeito seja atingido em seu cérebro.
  • Resposta relacionada aos estímulos das substâncias psicoativas: As substâncias psicoativas, por si só, também podem trazer como resposta a situação de craving.

Quanto tempo dura o craving?

Depende de cada caso. Segundo estudos, há relatos de duração de minutos, outros de dias e até semanas. Tudo dependerá do organismo do indivíduo em interação com a droga que vem sendo consumida.

Tratamento para crises de craving

Como o craving é considerado uma experiência singular, cada indivíduo deve receber um tratamento personalizado. Basicamente, o paciente terá atendimento psicoterapêutico na hora de enfrentar as crises de craving, aprendendo melhor sobre os sintomas e sensações que a fissura pode causar. Ao aprender sobre o assunto, o indivíduo também pode ser orientado quanto às técnicas que ele pode colocar em prática para lidar com esse momento difícil.

Normalmente, a psicoterapia com base na técnica cognitivo-comportamental é que será usada nesses casos. Assim sendo, o processo de psicoeducação poderá apresentar alternativas de enfrentamento do problema, como os que listamos a seguir:

  • Distração: O terapeuta pode propor ao paciente a ação de distrair-se de suas sensações e pensamentos, tentando focar no mundo externo por meio de alguma atividade.
  • Relaxamento: O psicoterapeuta também orienta o paciente sobre técnicas de relaxamento, especialmente as relacionadas com a respiração.
  • Refocalização: Quando o paciente está desejando profundamente o consumo da droga, ele é orientado para visualizar uma grande imagem escrito “PARE!” em sua mente. Desse modo, é como se o seu próprio cérebro emitisse o alerta para que ele não siga adiante no objetivo de consumir a droga.
  • Substituição por imagem negativa: O que é considerado positivo, para o paciente, com relação à droga (como o prazer), deve ser substituído, na mente, por uma imagem negativa e que gera prejuízos. Assim, torna-se possível compreender as consequências do consumo e inibir a tomada de decisão de ingerir drogas no momento do craving.

Esses são apenas alguns dos exemplos de técnicas que podem ser usadas durante o tratamento psicoterapêutico. Caberá ao profissional da saúde mental avaliar, de perto, a situação do paciente, para assim poder elaborar um plano de intervenção que realmente ajude o sujeito a enfrentar as adversidades causadas pelo craving.

Conclusão

Infelizmente, o craving pode acabar levando o indivíduo a consumir a droga novamente. Porém, isso não precisa acontecer dessa maneira. Existem muitas técnicas psicológicas que são usadas por meio da psicoterapia para enfrentar as situações causadas pela fissura.

Por conta disso, buscar ajuda profissional, mesmo antes de os sintomas mais intensos aparecerem, é um caminho promissor que pode ajudar o indivíduo a atravessar essa fase do processo de reabilitação.

Considere a possibilidade de se consultar com um psicólogo para enfrentar essa situação com base em técnicas e intervenções que possam contribuir para a sua qualidade de vida, de modo que elimine ao máximo as chances de recaída.

Se precisar de ajuda para encontrar uma clínica ou espaço de atendimento especializado, entre em contato com a equipe da Interhelp! Estamos aqui para ajudar você a dar passos rumo ao tratamento mais adequado para o seu caso. Conte conosco!

Rerefências

ARAUJO, Renata Brasil et al. Craving e dependência química: conceito, avaliação e tratamento. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 57, p. 57-63, 2008.

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