Públicado em: 31 de julho de 2020
Última Atualização em: 29 de fevereiro de 2024
Consulta com psiquiatra? Dúvidas sobre o que dizer ao psiquiatra na consulta? Nosso artigo é para você. Quando uma pessoa está em depressão, o mais indicado é procurar ajuda psicológica. Nesse caso, o profissional indicado seria o psiquiatra.
No entanto, ainda existe um grande tabu relacionado a estes profissionais, pois muitas pessoas acham que procurá-los é “assumir a própria loucura”.
É preciso entender melhor o trabalho desse tipo de médico, pois ele é importante para a saúde mental de muitas pessoas. Normalmente, eles são as pessoas mais indicadas para fazer um diagnóstico sobre a depressão. Por conta disso, é importante entender o que esperar de uma primeira consulta com o psiquiatra.
Primeira consulta com um psiquiatra
Segundo o psiquiatra Kalil Duailibi, mestre em Medicina Psiquiátrica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), a primeira consulta normalmente é clinica. Isso quer dizer que os psiquiatras agem como qualquer outro médico.
Eles perguntam sobre o histórico de vida das pessoas, pois querem saber se há casos de depressão em algum familiar. Além disso, os psiquiatras também questionam se os pacientes passaram por algum trauma durante a vida.
Outra coisa que o psiquiatra faz é pedir alguns exames. Nesse caso, ele quer saber se a depressão está relacionada com algum problema físico. Em geral, os exames mais pedidos são de sangue, ultrassom e ressonância cerebral.
Para quem tinha dúvidas sobre o que dizer ao psiquiatra em sua primeira consulta as informações acima respondem a questão. Fale sobre o histórico de sua vida e conte se passou por algum trauma em qualquer fase de sua vida. Além disso, informe ao psiquiatra se você possui algum problema físico, pois isso também pode gerar um quadro de depressão.
Quando devo ir ao psiquiatra?
Um dos motivos que mais levam alguém a consultar um psiquiatra é a depressão. No entanto, esse profissional não tem que ser a sua primeira escolha. Em muitos casos, pacientes com esse problema preferem conversar com o psicólogo da família ou até mesmo com médicos de outras especialidades.
Isso acontece porque a depressão pode se manifestar por meio de problemas físicos, como falta de ar e dores no peito. Nessas situações, procurar um psiquiatra é raro, pois, normalmente, o paciente vai até alguém que trate esses sintomas. Se os problemas físicos não forem muito graves, aí sim aquele médico se preocupará com a depressão do paciente.
Normalmente, quando o quadro da depressão é leve, os pacientes tratam apenas seus sintomas físicos. No entanto, fingir que essa doença não existe pode agravar os seus sintomas. Caso a depressão se agrave, procurar um especialista é a melhor alternativa. O psiquiatra é o profissional mais capacitado para diagnosticar se a pessoa está com depressão ou não.
Numa entrevista ao site Medley.com, o Dr. Duailibi explicou que existem mais de 50 doenças que podem causar a depressão. É importante saber qual é a origem do quadro depressivo, pois, dessa forma, se torna mais fácil indicar um tratamento.
Segue entrevista: www.medley.com.br/podecontar/preciso-ajuda/primeira-consulta
O que falar em uma consulta com o psiquiatra?
Na realidade, não existe uma regra do que deve ser dito em uma consulta com psiquiatra. Tudo dependerá do caso e dos motivos pelos quais você decidiu buscar o suporte médico.
Sendo assim, é possível começar a consulta explicando as razões que levaram você a buscar o psiquiatra. Essas razões não precisam ser listadas de forma extremamente detalhada e nem “super explicadas” para o médico.
Isto é, não existe necessidade de “treinar” o que será dito, por exemplo.
Você pode dizer os sintomas que tem sentido, bem como pode apresentar o encaminhamento de outro profissional da saúde.
O ideal, nesse tipo de consulta, é que você busque ser bastante sincero. Você não precisa ter medo de julgamentos ou preconceitos por parte do profissional, pois ele é treinado para acolher e escutar a queixa do paciente. A partir desse seu discurso ele poderá pensar em um tratamento ou até mesmo na prescrição de algum medicamento específico, caso haja necessidade.
Portanto, evite criar histórias irreais ou tentar “mascarar” os problemas por conta do medo de “parecer louco”. Procurar um psiquiatra não é o mesmo que dizer que você não possui sanidade mental.
Inclusive, a busca por esse profissional pode representar um ato de autocuidado e de importância para consigo mesmo.
Sendo assim, procure falar os seus sintomas, o motivo de procurar o psiquiatra e, inclusive, as suas expectativas com relação ao tratamento.
Também lembre-se de responder, com sinceridade, todos os questionamentos feitos pelo profissional de saúde mental.
No começo, pode ser que você se sinta encabulado, faz parte. À medida que o tempo passa, a tendência é que essa abertura comece a acontecer de forma mais natural.
Apenas não tenha medo e não se acanhe. A consulta é simples e caso você se sinta “sem palavras”, o médico ajudará a conduzir a conversa.
Qual o valor de uma consulta com um psiquiatra?
O valor pode variar por uma série de motivos. Primeiro porque cada médico pode cobrar um valor médio diferente. Segundo porque as especializações do profissional também podem impactar no valor que será cobrado pela consulta.
Porém, para que você possa ter ao menos uma ideia do que será cobrado, saiba que a média é de R$ 250 a R$ 500, podendo variar de região para região no país.
De qualquer forma, solicite um orçamento para o médico que você deseja se consultar e tire a sua dúvida diretamente com ele.
O que o psiquiatra faz com o paciente na primeira consulta?
Cada consulta pode ter as suas singularidades. Isso significa que nenhuma consulta será igual a outra, devido ao fato de que cada pessoa é única. Porém, alguns questionamentos e assuntos costumam vir à tona na primeira sessão, uma vez que é dessa forma que o médico poderá mapear os sintomas, prescrever tratamentos e medicamentos, auxiliar o paciente, pensar no prognóstico, e assim por diante.
Veja uma breve descrição do que esperar desse primeiro encontro:
1. Motivos por ter buscado a ajuda médica
Normalmente, esse é um dos primeiros pontos que serão trabalhados e investigados neste momento inicial.
Aqui, o paciente tem a total liberdade de apresentar a sua queixa e suas questões pessoais que o levaram a buscar a consulta com psiquiatra.
O ideal é que a pessoa seja sincera e fale abertamente sobre suas questões.
2. Histórico familiar
O histórico familiar também começa a ser investigado pelo profissional de saúde mental. Para isso, algumas perguntas podem ser feitas, visando entender o que está envolvido com a situação do paciente.
Por exemplo, pessoas com histórico familiar de transtornos mentais podem ter uma predisposição para o desenvolvimento de um quadro semelhante. Por isso, apresentar essa informação ao médico é uma forma de compreender melhor a situação.
3. Sintomas
Além dos pontos assinalados acima, o médico também irá questionar sobre os sintomas. Fatores como intensidade, frequência, periodicidade e início dos sintomas podem ser questionados.
Tudo isso servirá de base para que seja feita uma análise minuciosa do que pode vir a ser relevante para o tratamento do paciente.
Afinal, algumas questões podem exigir a intervenção medicamentosa, enquanto quadros mais leves podem receber apenas o encaminhamento para o psicólogo.
4. Questões relacionadas ao trabalho, relacionamento e etc.
Por fim, considerações sobre a vida pessoal, relacionamentos, trabalho, família, estilo de vida etc., também podem ser questionados ao longo da sessão.
Lembrando que todas essas áreas são levantadas para que o médico tenha a chance de investigar, a fundo, o que realmente pode estar acontecendo com o indivíduo.
Quando é hora de procurar um psiquiatra?
Não existe uma “hora certa” ou “errada” para procurar um psiquiatra. No entanto, se você tem notado sintomas psicológicos e psicossomáticos que possam estar incomodando você, a busca pelo suporte médico é válida.
É o caso de indivíduos com sintomas de transtornos mentais, há mudanças de humor repentinas, sintomas de depressão, sintomas de ansiedade, sintomas de dependência química etc.
Isto é, se os problemas de ordem mental e emocional estão afetando sua vida pessoal, relacionamentos, trabalho, sono ou qualquer outra área significativa, a busca pelo apoio pode ser relevante.
Porém, de qualquer forma, não existe regra nesse sentido. Se você acredita que necessita do suporte de um psiquiatra, agende a sua sessão e converse com ele. Quem sabe, dessa maneira, você pode elaborar melhor as suas angústias e encontrar alguns caminhos pertinentes?
Mantenha-se firme
O paciente não deve abandonar o tratamento, pois isso pode prejudicá-lo. Segundo o Dr. Duailibi, é comum as pessoas pararem de se tratar quando os remédios começam a fazer efeito. Infelizmente, isso aumenta as chances de retorno do quadro depressivo.
O profissional ainda explica que o tratamento é gradativo, pois, mesmo com remédios, os efeitos não são imediatos. De acordo com Duailibi, é necessário controlar as expectativas, pois, a medicação só começará a trazer melhoras entre três e quinze dias após a primeira dose.
+Leia também: Quanto custa internar em uma clínica psiquiátrica?
Em casos de crise, ligue para 188 (CVV) ou acesse o site: www.cvv.org.br
Conclusão
A consulta com psiquiatra não precisa ser feita apenas em casos de “loucura”. Mas sim, essa consulta pode ser feita quando o indivíduo sente sintomas que estejam impactando a sua vida negativamente. É o caso dos sintomas de depressão e ansiedade, por exemplo.
Em um primeiro momento, acontecerá uma conversa franca sobre os motivos pelos quais o indivíduo buscou ajuda médica. Em seguida, o profissional poderá investigar a situação fazendo algumas perguntas, aplicando pequenos testes, e assim por diante.
Tudo isso visando o fechamento de um diagnóstico qualificado, a fim de desenvolver um plano de tratamento adequado ao caso do paciente.
Lembrando que esse profissional nem sempre irá prescrever medicamentos, pois isso só acontece quando há uma necessidade real.
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